quarta-feira, 22 de maio de 2013

Carlos Brickmann

Fala muito, cala muito

Pense antes de passar

A boataria do Bolsa-Família exige investigação minuciosa, embora seja difícil achar a origem de boatos. Mas outro aspecto merece destaque: boa parte da população é vulnerável a rumores, mesmo absurdos. Há anos circula na Internet o boato da demissão de Alexandre Garcia, por ter feito no ar um discurso contra o Governo; e o boato ainda circula, embora Garcia apareça todos os dias na TV. Outro boato é sobre a rejeição ("ontem") da Lei da Ficha Limpa - que foi aprovada há anos e já é aplicada nas eleições. Há ainda um Livro Proibido contra Lula - proibido, embora esteja na Internet, tenha sido editado em papel e seja fácil de achar no mercado. 

São bobagens; mas o caso da Bolsa-Família não é bobagem e poderia ter causado até mortes. Não dá para acreditar em tudo que se diz.


Bola em campo


Política exige sacrifícios. Dilma Rousseff, por exemplo, deu o pontapé inicial na inauguração do estádio do Recife. Foi fácil ensinar-lhe quem era o grande círculo. Mais difícil foi ficar ao lado do governador Eduardo Campos, que ameaça ser candidato contra ela, e trocar sorrisos - palavras amáveis, não, que não fazem parte de seus hábitos. Impossível foi ensinar-lhe o grito de guerra da torcida do Náutico: "N-A-U-T-I-C-O!" 

São letras demais, levaria um tempão decorando.


La garantía soy yo

De repente, a nacionalidade mudou: o Governo fala agora em trazer médicos portugueses e espanhóis e não tem citado os cubanos. Mas o problema é o mesmo: não se pode aceitar que médicos formados no Exterior cliniquem no Brasil sem revalidar o diploma. Cumprir a lei é viável: este colunista conhece uma excelente médica brasileira formada no Peru, e seu diploma foi revalidado.

Enquanto segue a discussão, uma trova enviada a esta coluna: 

"Seis mil médicos de Cuba
Para atender vocês.
Mas a Dilma e o Lula
Vão pro Sírio-Libanês".


São Paulo, 22 de maio de 2013

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