quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Falência Múltipla dos Órgãos, por Maria Helena RR de Sousa

Gosto muito do programa Painel, da Globo News, apresentado pelo jornalista William Waak. Sério, com bons convidados, temas sempre atuais e importantes, é um programa que ensina. Só dois reparos: o tempo é curto e o jornalista às vezes se entusiasma e fala mais que seus entrevistados...

Mas como ele é inteligente e com larga vivência como repórter, tudo o que diz é relevante e ajuda o espectador a compreender melhor a vida atribulada de nossos dias.




Sábado passado, 22 de junho, estavam no Painel (foto acima), da direita para a esquerda, Murillo de Aragão, Luis Felipe Pondé e Juan Arias, corresponde do El País no Brasil. Todos três com respostas excelentes às perguntas sempre instigantes de Waak.

Mas hoje vou me debruçar sobre a figura simpática e especialmente brilhante de Juan Arias.

Lá pelas tantas, ele comentou o que lhe disse um amigo médico quando perguntado sobre qual seria, na opinião dele, o motivo mais forte para tanta gente protestar contra tantas e tão variadas coisas pelas ruas do país. E o médico saiu-se com essa resposta: a falência múltipla dos órgãos.

Nada mais exato. Preciso. Queria tanto saber quem é esse médico: é muito bom de diagnóstico!

Os cartazes só confirmam isso. Falam de tudo. Já li desde um “Mãe, to bem!” carregado por um garoto bem jovem até uma menina dizendo “As balas não matam as ideias”, passando por queixas amargas contras os desmandos na Saúde, na Educação, na Justiça, nos Transportes...

Mas a grande campeã dos cartazes é a deslavada corrupção que nos devasta. Os jogos que vêm por aí, em má hora essa herança maldita do Lula que vai nos alquebrar ainda mais, levam lambada de todo jeito.

Realmente, o preço das arenas – sim, não são mais estádios, são Arenas - ofende desde o cidadão que recebe um salário mínimo até o empresário bem sucedido, mas honesto e que sabe o preço das coisas.

Aqui no Rio, a maior agressão que nos foi feita, entre tantas e tantas, como o metrô, a Cidade da Música, o Engenhão, o entorno do Porto, foi, sem dúvida alguma, o Maracanã. Primeiro que esse estádio era patrimônio dos cariocas e xodó de todos que gostam de futebol. Deixou de ser um estádio, virou uma arena, deixou de ser nosso, é da FIFA e em breve será de quem o comprar pelo melhor preço – esse melhor é irônico, sim.

“O Brasil está em manutenção” foi outro cartaz que chamou minha atenção. E está. Anteontem mesmo, 24 de junho, dia de São João, quando até pouco tempo a grande preocupação do Chefe do Governo era o “Arraiá do Torto”, vimos dona Dilma propor um plebiscito para consultar a população sobre a realização de uma Constituinte dedicada exclusivamente à tão desejada Reforma Política.

Virá, não virá? Será uma rima ou será uma solução?


Da seção de artigos de Brickmann & Associados

4 comentários:

  1. Bom dia. Também vi esse programa. Aliás concordo com você quando diz que o William Waack fala muito. Tudo bem que às vezes explica (ou reaviva a memória) um fato que está sendo comentado, mas fica dando a impressão que ele sabe mais que o entrevistado. Acho que é "mal" da Globo (Fausto Silva, Jô Soares, Galvão Bueno to name a few...).

    Mudando um pouco o tópico: ontem me deu vontade de vomitar ao ouvir os deputados cantarem o Hino Nacional após a derrota da votação da PEC-37. Os MESMÍSSIMOS deputados que até então votariam a favor dela. São hipócritas do mais baixo nível. Apesar de não concordar, apreciei a honestidade de 9 gatos-pingados que votaram a favor da tal PEC, seguindo suas convicções. Pelo menos, neste caso, não posso chamá-los de hipócritas (esperando que não tenham cantado o Hino).

    Abs,
    L C

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  2. Respostas
    1. Não vai me dar outro desenho, Zerramos? Você anda muito preguiçoso... bj, MH.

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  3. Luiz, o plantel atual de deputados e senadores é caso a ser estudado pelo dr. Freud. Não eles, mas os eleitores que os elegeram... Como é que pusemos lá no Congresso semelhantes figuras? Mas, hoje, uma boa notícia, que ontem corria por aí mas hoje foi confirmada: a Constituinte exclusiva nem chegou na rampa, morreu nas escadas de acesso à rampa... Ou rolou a rampa, não sei bem. Mas quebrou o pescoço, isso quebrou. Não foi solução, muito menos rima...Um abraço. MH

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