quarta-feira, 5 de junho de 2013

A notícia escondidinha

Cadê a notícia?, por Carlos Brickmann 

Este colunista deve ter pulado a informação - uma falha imperdoável. Ou talvez a informação tenha saído só em colunas especializadas - o que seria uma falha imperdoável dos meios de comunicação. Mas, enfim, a Lei 12.810, em vigor desde o dia 15 de maio, não mereceu grande divulgação, se é que mereceu alguma. E, no entanto, atinge diretamente o bolso de cada cidadão.

A lei modificou a norma pela qual, em caso de litígio com o banco, o cidadão poderia suspender o pagamento ou depositá-lo em juízo. Agora, o cidadão é obrigado a pagar as parcelas até que a dívida seja liquidada ou a sentença transite em julgado. E como é que a lei passou discretamente, sem alarde?

Foi contrabandeada na Medida Provisória 585, que tratava originalmente da liberação de pouco menos de dois bilhões de reais para Estados e Municípios exportadores, para compensá-los pelas perdas de arrecadação causadas pela Lei Kandir (que isenta de alguns impostos as exportações). O senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, relator da MP, incluiu discretamente a emenda que envolve litígios entre credores e devedores. É o que se chama de "penduricalho".

E, se ninguém chamar a atenção dos nobres parlamentares (um papel que os meios de comunicação deveriam desempenhar, e não desempenharam), o penduricalho passa mesmo.

******
(Obs - Está mais do que na hora da Imprensa ficar mais atenta. De vigiar o Congresso e o Planalto com lupa!!! Ou estão com medo dos bancos cortarem os anúncios? Ledo engano. Eles precisam da publicidade tanto quanto os jornais precisam do dinheiro que entra com os anúncios.
Uma mão lava a outra. Ou preferem que a gente diga uma mão suja a outra? MH)

Nenhum comentário:

Postar um comentário