domingo, 2 de junho de 2013

Arca do Tesouro

Fotografia -  O Garfo, de André Kertész (1928)

André Kertész (nascido Andor Kertész em 2 de julho de 1894, na Hungria), ficou conhecido por suas composições provocadoras e é considerado um dos pais dos ensaios fotográficos. Em vida, os ângulos pouco ortodoxos de suas fotos, que impediam descrições alongadas das imagens, foram os responsáveis pelo fato de seu nome não se tornar muito conhecido. Hoje em dia, no entanto, Kertész é considerado uma das figuras seminais do foto-jornalismo. Basta mencionar o que disse dele Henri-Cartier Bresson: “Todos nós devemos alguma coisa a Kertész”.

foto do período francês*


Nascido em Budapest, filho de um livreiro, Kertész aprendeu sozinho a usar uma câmera: arrumando o sótão de casa, encontrou um velho manual sobre como tirar fotos. Leitor compulsivo e curioso, resolveu ler e desde esse episódio, seu interesse pela fotografia só fez se consolidar. Comprou uma câmera e passou a fotografar sempre que podia. Isso foi em 1913.

Seu pai morreu muito cedo, vítima da tuberculose, deixando sua mãe viúva com 3 filhos. O tio materno, Lipót Hoffman, corretor na Bolsa de Valores de Budapeste, responsabilizou-se pela família da irmã. Foram todos viver na casa de campo de Hoffman.

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Atualização em junho de 2013: 

devido ao fato de eu só postar aqui a seção Obra-Prima do Dia duas vezes por semana, aos domingos e às quartas-feiras, deixando de transcrever toda a semana dedicada ao artista, como costumava fazer no Blog do Noblat, é preciso resumir um pouco sua biografia.

Ferido na I Guerra Mundial, foi dispensado do Exército. Decidiu que seria fotógrafo mas teve seus negativos destruídos durante a Revolução Húngara. Foi trabalhar com o tio, mas logo descobriu que aquele não era seu destino.

Em 1925 foi para Paris, a capital artística do mundo naqueles tempos, onde obteve sucesso de crítica e de público. E onde se casou com Elizabeth, amiga de juventude.

Com a aproximação do nazismo, a perseguição aos judeus e a ameaça da II Guerra Mundial, ele decidiu que partiriam para os EUA, onde reconstruiu sua carreira. Elizabeth faleceu 10 anos depois.

Os críticos de arte dividem sua carreira em quatro períodos*: húngaro; francês; americano; e já no fim de sua vida, período internacional.



Sexta Avenida, Nova York, 1959, foto do período americano*

Hoje em dia André Kertész é considerado por muitos como o pai do fotojornalismo. Dele disse Henri Cartier-Bresson no início dos anos 30: "Nós todos lhe devemos muito".

Kertész faleceu em sua casa de Nova York, em 28 de setembro de 1985; foi cremado e suas cinzas enterradas com as de sua mulher.

Acervo Espólio André Kertész


Fontes:

http://www.masters-of-photography.com


por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Da seção Obra-Prima do Dia publicada originalmente no Blog do Noblat (31/05/2010)

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