terça-feira, 4 de junho de 2013

Palavrinha

Leio nas páginas amarelas da VEJA uma entrevista que me aquece o coração. O ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato, que é contra a demagogia nas escolas e contra o politicamente correto, é a favor de uma das minhas mais entusiasmadas opiniões sobre Educação: a sagrada decoreba, que de tanto ser demonizada, acabou sumindo das escolas por ter se transformado na demonizada decoreba.

Pois quero ver aprender a tabuada e a conjugar verbos sem decoreba e sem recitar o que decorou em voz alta e muitas vezes!

Leiam essa frase do ministro português:

"É ingênuo achar que o estudante descobrirá tudo por si mesmo e ao seu ritmo. Quem de bom senso tem dúvida de que, se a criança puder esperar a hora que bem lhe apetecer para mergulhar no assunto, talvez isso nunca aconteça?"

Ah! se Deus se lembrasse de nós e nos enviasse o Nuno Crato para cá...

3 comentários:

  1. Isso faz parte do maior equívoco de todos: o de que o aprendizado deve ser sempre e necessariamente lúdico, prazeroso, sem exigências e cobranças.
    Como se a vida fosse assim.
    E vamos formando gerações do mínimo esforço, que não suportam frustrações e se sentem injustiçados e revoltados se não conseguem o que querem, mesmo sem o merecerem.

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  2. Olá Maria Helena, escrevo para parabeniza-la pelo excepcional artigo 'Um ministro para a educação' e comentar o ultimo parágrafo: "...Nada de esperar que a criança venha a gostar de ler. Temos que insistir para que ela leia, mesmo sem gostar. Podemos ter certeza que de tanto ler, ela vai acabar se apaixonando pelos livros!".
    Eu, Luciano, fui 'convidado' a ler o Machado de Assis, o José de Alencar e o Joaquim Manuel de Macedo com 12 ou 13 anos de idade. Mas eu jamais havia abrido um outro livro antes e é claro que não gostei nem um pouco da experiência. Ainda hoje tenho certa dificuldade em ler o Machado, pois o texto dele merece um cuidado especial e uma leitura lenta e atenta.
    Meu querido pai (que veio a ter minha guarda com 14 anos de idade... antes a gente não se via, infelizmente.) me levou a uma banca e voltei de lá com um monte de gibis usados. Depois outros e outros, li a banca inteira. Depois ganhei a coleção "Para gostar de ler", depois a coleção do Malba Tahan, vários livros de contos (primeiro contos curtos, de até 20 páginas, tipo Guy de Maupansant e outros)... depois li a colelção da Agatha Crristie... =) Enfim, meu ponto: É necessário fisgar o leitor primário com "mel"! Ninguém pega mosca com vinagre, certo?
    É claro que você já sabe disto, é obvio, mas é que acho importante e gostaria que as pessoas demonstrassem saber disto.
    Gibis -> Contos infantis -> contos -> depois, bem depois, o Machado!

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    1. Meu trajeto foi bem parecido com o seu. Gibis: uma paixão. E as tirinhas dos jornais!

      Entre 10 e 11 anos recebi dois presentes sensacionais: o Tesouro da Juventude e as Obras Infantis de Monteiro Lobato. Dai em diante, fazer com que eu tomasse banho, atendesse ao chamado para almoçar ou jantar, fosse dormir... coitados do papai e da mamãe. Quando descobri a Agatha Christie e a Jane Austen então...

      Mas hoje esperam que a criança tenha um estalo e diga: Quero Ler!!!

      Obrigada pelas palavras simpáticas. MH

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