sábado, 13 de julho de 2013

A palavra é de... Dora Kramer

Atrás do fio elétrico

O Estado de S.Paulo

Não houve greve geral nem comoção nacional. Na comparação, o "Dia Nacional de Lutas" ficou a léguas de distância do impacto provocado pelas três semanas de protestos que deixaram o País em transe e o poder público em pânico.

Contou a ausência do fator surpresa, é verdade, mas evidenciou-se também uma mudança de paradigma: a sociedade prefere conduzir a ser conduzida e dá conta do recado com muito mais competência.

Fala-se de falta de foco nos protestos de junho, na ausência de lideranças, na desorganização e no caráter apolítico visto com receio de que signifique repúdio à atividade inerente ao sistema democrático.

Mas, ao que se viu nos embates das centrais sindicais durante os preparativos para as manifestações de ontem, a garotada mobilizada pela internet tinha mais apelo, se fazia entender muito melhor com sua variedade de bandeiras que os sindicalistas organizados em suas centrais bem estruturadas, sustentadas com verbas públicas e ligadas a esse ou àquele partido.




A massa junina saiu de casa para dizer que queria ser mais bem atendida pelo Estado, respeitada por integrantes dos Poderes constituídos e representada pelos eleitos. Já as centrais, a partir da pauta de reivindicações tradicionais, digladiaram entre dois objetivos: de um lado marcar posição contra o governo, de outro abrir espaço para a defesa de interesses do governo, entre eles a ressurreição do plebiscito da reforma política.

Todo mundo entendeu o sentido do movimento iniciado pela juventude: "Não é só pelos R$ 0,20"; era e continua sendo pelo conjunto da obra. Causou espanto a forma, mas o conteúdo estava explícito.


Leia a íntegra no Estadão de 12/07/2013

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