quarta-feira, 17 de julho de 2013

A palavra é de... Maria Helena RR de Sousa

Eles me representam, sim!

De uns tempos para cá tenho lido, nas redes sociais, com bastante frequência quando se está falando de políticos, uma frase chavão com a opinião de leitores, cidadãos brasileiros: “ele (a) não me representa”.

Das primeiras vezes fui reler o texto. Quem sabe entrara, no meio da matéria, por um motivo qualquer, um deputado sueco ou um ministro iraniano e eu, a eterna distraída, não me dera conta? Mas não, era mesmo o que eu começara a ler: uma nota sobre um político brasileiro.

Como assim “ele não me representa”?

Pois a mim qualquer deputado ou senador, junto com seus colegas de legislatura, me representa, sim. Porque o Congresso Nacional foi eleito pelo povo e como tal, nos representa. Para o bem, ou para o mal.

O que é ás vezes muito difícil de aguentar... Nisso eu concordo. Mas dizer que "ele (a) não me representa" é rematada tolice.

Porém mais doloroso é o fato de Dilma Rousseff e seu Gabinete, certamente recordista em número de participantes, me representarem também. E graças a Deus que é assim. Não gostei quando não éramos representados por escolha popular. Nem um bocadinho.

Aceito esse fato do qual não quero e não posso fugir, mas isso não impede que eu reclame e até chore ao ler certas decisões que esses representantes, esquecidos do detalhe importantíssimo e voltados apenas para seus umbigos, tomam.







Por exemplo: dona Dilma, ofendida e revoltada com a humilhação sofrida pelo amigo Evo Morales, deitar falação contra as cruéis potências estrangeiras que puseram a vida do boliviano em risco ao lhe negar o direito de sobrevoar seus territórios.

Se não fosse por um pequeno incidente, ela estaria coberta de razão: no final de 2012 o ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, foi destratado de forma ultrajante pelo governo boliviano, em um episódio que foi mantido em segredo até agora pelo governo brasileiro.

“Amorim visitara La Paz e se preparava para decolar quando seu avião foi cercado e revistado, inclusive com cães farejadores, a mando do cocaleiro, desconfiado que o ex-chanceler do governo Lula levava um senador de oposição asilado na embaixada do Brasil.

A informação é de diplomatas e funcionários que não podem ser identificados, em razão de represálias.

A humilhação ao Brasil foi ainda maior, considerando que o ministro era transportado por um avião da FAB (Do blog Diário do Poder, do jornalista Cláudio Humberto)”.

Realmente, não há nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio. O ministro da Defesa do Gabinete Dilma Rousseff, que foi ministro das Relações Exteriores do Gabinete Lula, criava marolas gigantescas, sobretudo para o seu tamanho, quando alguém mencionava o Itamaraty de Celso Lafer. Lembrava logo que ele, O Amorim, nunca tirara os sapatos para nenhum oficial da Imigração dos EUA. Passava direto e com toda a deferência que merecia...

Pois é, descalço não ficou nos States, mas teve uns bons cachorros bolivianos farejando o interior do avião onde estava e quiçá, se Deus andava atento nesse dia, também os sapatos que lhe protegiam os pés.

Mas eu não posso ter o gosto de dizer que ele não me representa. É o ministro da Defesa de meu país e por isso, ao humilhá-lo, o Morales estava me humilhando. Só o que posso fazer é discordar das palavras sentidas que dona Dilma disse em meu nome também. Só isso.

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