quarta-feira, 3 de julho de 2013

Palavrinha

Ricardo Kotscho, um jornalista bem informado, que escreve bem e que dá a impressão, para quem nunca esteve com ele, como eu, de ser muito afável, não há de se ofender com minhas observações. Na verdade, muito provavelmente, ele nem saberá que as fiz.

Em artigo publicado no Balaio do Kotscho de 2 de julho, intitulado Protestos seguem um roteiro: quem são os autores?, ele diz, entre outras muitas coisas, o que copio abaixo:

"Geradas nas redes sociais e amplificadas pela cobertura generosa da grande mídia, inclusive durante transmissões esportivas e em programas de auditório, as manifestações de protesto parecem seguir um roteiro para que não parem nunca mais, encadeando uma pauta na outra. Certamente não se trata da obra de um único e criativo pauteiro. Pode ser tudo uma grande coincidência, mas não custa perguntar quem podem ser seus autores e quais seriam seus reais objetivos, já que até hoje tudo nos é apresentado como algo espontâneo, que brota de uma difusa insatisfação popular não registrada pelas pesquisas nem pelos agentes da Abin”.

1) Kotscho elenca o que, em sua opinião, incrementou as manifestações geradas nas redes sociais: a generosa cobertura da grande mídia.

Espanta perceber que ele não notou que a meninada estava e está profundamente cheia das promessas que há tempos são jogadas em nossa cara e que nunca são cumpridas. Mas espanta mais ver que ele se esqueceu de juntar à grande mídia a reação entre destemperada e apavorada de dona Dilma!

Reuniões nos fins de semana e que se prolongaram até bem tarde, para os padrões de horas de trabalho a que esse pessoal está habituado (as semanas de 3 dias), pareciam as reuniões dos Sioux antes de ser atacados pelos Apaches! Com ideias que se desfizeram como poeira e outras que, francamente, como o plebiscito, são um verdadeiro espinho.

Mas a mim o que me convenceu que o Brasil desandou foi o apagão dos 40 companheiros, aliado ao semblante de pânico de dona Dilma e suas olheiras.

2) Kotscho cita Alberto Dines* e concorda que pouco sabemos porque ainda falta o narrador. Também eu concordo. Mas seja quem for que venha a ser o narrador, num futuro próximo ou distante, ele não poderá prescindir do homem que tem a chave de tudo.

Por enquanto, Lula parece um comprimido efervescente: dissolveu nos caudalosos rios africanos.




Seu sumiço não me espanta. Já sabíamos que ele é homem disso. Mas é pena, pois desconfio que ele sabe direitinho quando tudo começou. E porque começou...

Que a Abin ou os institutos de pesquisa não houvessem detectado a semente que dera os frutos que já estavam cobrindo o quintal, também não me surpreende...

Francamente, os adultos ouvem o que os adolescentes falam? Quer dizer, ouviam? Prestavam atenção no que consideravam algaravia?

Lembram do que o Lula uma vez disse? Que o pai no quarto não sabe o que o filho faz na sala? Pois é... Esse Lula...

MH

* Ver artigo Alberto Dines neste mesmo blog, às 9:00

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